Como fazer novo, fazer eficiente, fazer melhor? Foi na tentativa de encontrar respostas para essas perguntas que 2,5 mil pessoas se reuniram ontem no auditório da Fiergs para o primeiro dia de palestras do 11º Congresso Internacional da Gestão.
Oriundos de áreas de inovação, criação, desenvolvimento, qualidade e gestão, profissionais buscaram um estágio mais elevado de conhecimento.
De forma particular sobre liderança pessoal, falou o presidente da Personal Branding University, Hubert Rampersad. Nascido no Suriname, foi para a Holanda ainda criança e, depois de tornar-se consultor, migrou para os Estados Unidos. Dessa história e do carisma capaz de obter seções de aplausos, ele desenvolveu uma espécie de método para que cada ser humano seja capaz de presidir a sua vida. Em estágios que pressupõem – nessa ordem – desafio, ação, planejamento e implementação dos objetivos, ele assegura que é possível formar uma marca pessoal que vai conferir valor à pessoa.
Assumir responsabilidades pelos seus atos e nunca frustrar as expectativas geradas pela marca pessoal é a chave para o sucesso – palavra que todos gostam de ouvir, especialmente em uma plateia formada por gestores ou aspirantes a líderes.
– É possível a cada um ter controle de sua marca pessoal. Sim, nós podemos! – disse, parafraseando o presidente dos EUA, Barack Obama.
Enfatizou também que a qualidade e o sucesso das empresas não estão em processos, produtos ou clientes, mas nos seus funcionários.
– Nos Estados Unidos, as empresas não respeitam as pessoas. Por isso, 53% dos americanos estão descontentes com o trabalho. Não cometam o mesmo erro! – generalizou.
Ao ser perguntado sobre o que via no Brasil, disse que há pessoas motivadas e companhias comprometidas com um país melhor. E que tudo depende apenas dos próprios brasileiros. Em entrevista a ZH, logo após a palestra, afirmou que qualquer pessoa, independentemente de sua história ou personalidade, pode assumir o controle de sua vida e desenvolver uma marca pessoal.
– Você é jornalista, certo? É sua marca pessoal. Tudo em você tem relação com isso. O que você está fazendo com essa marca pessoal?
Provocação que serve para qualquer um.
A revolução de Bakas
O futuro é uma realidade próxima, projetou o conferencista e autor holandês Adjiedj Bakas, que ontem empolgou a plateia com a palestra “Além da crise: o futuro do capitalismo”, no congresso internacional da Gestão.
– Vocês verão uma revolução nos próximos 10 anos – profetizou.
Revolução impulsionada pela crise. Serão mudanças de todos os tipos, a começar pela economia: o capitalismo vai passar por um período híbrido – a primeira das três megatendências apontadas por Bakas –, com novos players, o fim do euro e o consumidor se tornando “mais poderoso”, com o uso das redes sociais. Mas as mudanças climáticas e a expansão do pensamento verde também farão parte da nova realidade – a segunda tendência apontada pelo holandês – e produzir de forma ecológica “se tornará fundamental”.
Transformações devem ocorrer também nas formas de produção – desde o alimento consumido até como os médicos trabalham.
"O segredo é deixar que a energia flua de todos"
Henrik Langholf, consultor alemão em inovação
Pela primeira vez no Brasil, Henrik Langholf, líder do Instituto de Aprendizado Inovador em Freiburg, na Alemanha, e diretor de Inovação de uma das principais consultorias de gestão do país europeu, dará hoje, às 10h, uma palestra sobre inovação emocional no 11º Congresso Internacional de Gestão, na Capital. Confira abaixo a entrevista dada a ZH:
Zero Hora – O que é inovação emocional?
Langholf – Esse tema tem dois lados. Um deles é falar de inovação em termos de marketing, o que significa lidar com as emoções do consumidor e analisar suas atividades de mercado por esse ângulo. No entanto, o mais importante é olhar quais emoções estão ligadas com a inovação e o futuro em sua empresa. Quando você olha para isso, vê muita frustração, porque nada de concreto acontece. Por exemplo, no passado, muitos empregados deram ideias pelas quais nunca receberam feedback. Hoje, aprenderam que não vale a pena ser criativo e inovador. E assim a companhia fica estagnada, mesmo investindo em inovação.
ZH – Você vê esse tipo de inovação acontecendo?
Langholf – Há ambientes ideais, em que os líderes inspiram todos os envolvidos a inovar, a evoluir. Há outros catastróficos, em que os empregados não querem passar mais tempo do que o necessário no trabalho e todos têm uma espécie de sentimento depressivo. A maioria está em algum lugar entre esses dois pontos.
ZH – Como esse tipo de inovação pode acontecer?
Langholf – Há vários níveis. Um deles é o CEO. Veja se ele compreende que inovação envolve correr riscos, empregar recursos, gastar tempo, abrir espaço para novas ideias. Outro nível é na equipe de gerência. O suporte dela é fundamental para que todos atinjam objetivos juntos. E, finalmente, há pessoas-chave em todos os setores, indispensáveis para a implantação. Pessoas criativas e visionárias em todos os departamentos levam os demais em uma motivação conjunta para a inovação. Esse é o futuro da empresa. O segredo é deixar que a energia flua de todos os departamentos para trazer mais movimento à inovação.
ZH – É possível aprender a ser uma pessoa inovadora?
Langholf – Sim, e não. Há pessoas que, por natureza, estão mais abertas e para as quais é mais fácil ter essa visão holística do significado de inovação. E há técnicas que, sim, podem ser aprendidas por quem não tem essa característica pessoal.
Fonte: Zero Hora
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