Fórum Social Mundial de 2012

Fórum Social Mundial: RS sediará debates ambientais em 2012

A principal atividade do Fórum Social Mundial de 2012 deve ocorrer em Porto Alegre quando será tratada a questão ambiental, debatendo modelos de desenvolvimento alternativos, baseados na sustentabilidade, preparando os movimentos sociais internacionais para a conferência Rio + 20, que se realiza em junho de 2012. Esta foi uma das notícias trazidas pelos representantes do Governo do Estado do Rio Grande do Sul que estiveram no Fórum Social Mundial, em Dacar.

O secretário do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Marcelo Danéris, e o coordenador de Relações Internacionais, Tarson Nuñez, regresssaram ao Estado na madrugada desta segunda-feira (14), após participarem da reunião do Comitê Internacional do Fórum, realizada no sábado (12), quando ofereceram aos organizadores apoio para o retorno do evento ao Rio Grande do Sul. Eles levaram uma carta assinada pelo governador do Estado, Tarso Genro, pelo presidente da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde, pela presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Sofia Cavedon e pelos prefeitos de Canoas, Porto Alegre, São Leopoldo e Novo Hamburgo reafirmando a disposição de receber a edição centralizada do Fórum em 2013, e destacaram o compromisso de sediar em 2012 a principal atividade internacional do Fórum.

A decisão sobre onde ocorre o Fórum centralizado de 2013 será tomada em maio, em reunião do Comitê Internacional, na França. Além do Brasil, a Europa e o mundo árabe são regiões geográficas lembradas para sediar as atividades.

Mubarak renunciou durante o Fórum
A Assembleia das Assembleias, realizada na sessão final do Fórum Social Mundial de Dacar, foi aberta com uma saudação ao povo egípcio, comemorando a renúncia de Hosni Mubarak. "Esta edição comemorou a derrubada da ditadura, solidarizando-se com os manifestantes da Praça Tahir, que protagonizaram a mobilização que resultou na derrubada da ditadura naquele país", registra Nuñez.

O Fórum contou com uma participação majoritariamente africana, com representantes do Egito e da Tunísia, países que hoje protagonizam amplas mobilizações pela democracia. Além dos representantes africanos, um grande número de ativistas da América Latina, Europa, Ásia e América do Norte participaram das atividades entre os dias 6 e 11, dia da renúncia do presidente egípcio. No dia 10 de fevereiro, os participantes do Fórum realizaram uma marcha até a embaixada do Egito, solidarizando-se com a luta pela liberdade.

Marcelo Danéris ficou impressionado com a dignidade do povo senegalês que, apesar de viver com taxa de desemprego de 50%, e sérios problemas sociais, é um povo determinado, consciente e engajado. "O grande valor do Senegal é seu povo", avalia.

"A revolução do Egito ocorrer nesta data foi uma coincidência importante. O FSM nasceu justamente para promover uma ação antiimperialista e aos poucos vêm promovendo mudanças em várias partes do mundo motivadas pela consciência de que a soberania dos povos deve estar acima do mercado e do capital", analisa Danéris.

Ações concretas para um outro mundo possível

Uma das ações concretas desta edição foi o lançamento da Plataforma África-Europa por eleições livres e democráticas, que tem o objetivo de combater as ditaduras que persistem no continente. Mais de 20 planos de ação, resultantes das assembleias de convergência que aconteceram nos dias 10 e 11, foram apresentados no encerramento do FSM.

O calendário é extenso, mas destacam-se as mobilizações contra o G-20 na França, previstas para 20 e 21 de maio e também 31 de outubro; a Jornada Global sobre a Palestina, em 30 de março; as ações do movimento ambientalista em paralelo à Conferência Rio+20, em maio, no Brasil; a Conferência Internacional sobre o impacto da invasão norte-americana no Iraque, em outubro; a organização de uma Semana Mundial de Ação em solidariedade às vítimas do racismo e da xenofobia; e a construção de um Fórum Social na Tunísia.