Dos 496 municípios do Rio Grande do Sul, 328 são produtores de tabaco. Canguçu e Camaquã são os dois municípios que mais possuem área plantada de fumo no Estado: cerca de oito mil cada um. A preocupação do Governo Federal é fazer com que esta cultura não seja a única nas propriedades, para que haja diversificação para a geração de renda e prevenção à saúde.
Dos projetos do programa de diversificação de áreas cultivadas de tabaco do Governo Federal, 54% estão sendo aplicados no Rio Grande do Sul, com apoio de universidades, ONGs e instituições, além do auxílio de prefeituras e governos para a linha de créditos. Para muitos fumicultores a diminuição da área de fumo não é simples porque é uma cultura que gera uma renda bem maior que para o pequeno agricultor.
O vereador e presidente do Legislativo Canguçuense Wendel Vilela é um defensor do plantio do fumo, costuma fazer comparações sobre outras drogas dizendo que tem outras culturas que também são utilizadores de substâncias que poluem o meio ambiente, na tarde desta segunda-feira (16) ele mais uma vez fez uso da palavra e defendeu o Fuma, atacou o tomate e o álcool.
O posicionamento e os pronunciamentos do vereador preocupam alguns moradores de Canguçu, não somos todos a favor do fumo, ele representa quem defende apenas o lado financeiro e não o da qualidade de vida, vale tudo pelo financeiro? O caminho alternativo já foi proposto a mais de uma década onde já se previa o combate ao uso do cigarro, mas como é de habito preferiu-se apostar que não passaria de uma onda e que em pouco tempo tudo seria esquecido.
Ta na hora de olhar o problema com mais seriedade, passar a impressão que devemos brigar por uma cultura condenada é um absurdo, devemos sim colocar técnicos especialistas para desenvolver alternativas rentáveis para as famílias de pequenos agricultores, agregar valor as produções e ai sim crescer mas com qualidade de vida, um exemplo é a cidade de Bento Gonçalves na serra gaúcha, o vinho foi um importante agregador de valo a produção da uva, vinícolas familiares desenvolveram a produção local e aqueceram a economia do município.
Outro fator importante é o da qualificação da nossa agricultura, ainda citando o município da Serra Gaúcha uma Agrotécnica Federal ensinou a produção de vinho para os agricultores, vinhos em escala industrial, nasceram verdadeiras potencias do setor no Brasil.
A questão ambiental deve ser prioridade, recuperar nascentes, recuperar terras despoluir riachos e arroios como única alternativa para a sobrevivência das pessoas no campo, corremos o risco de não termos água potável no interior, se isso já não acontece.
O amor por nossa terra e por nossa gente tem que ser mostrado de forma responsável, mesmo que amargo o remédio é necessário, planejamento, educação na busca de uma vida melhor, com qualidade e saúde, o dinheiro fica e a vida se vai!
Opinião de um ex-fumante
Pai com dois filhos, um Zé ninguém que quer uma vida com mais saúde!
Foto e Texto: Ricardo Moura
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