Nesta
última segunda-feira (27) uma demonstração de imprudência e falta de segurança
no local de trabalho foi exibida em plena Rua General Osório centro de Canguçu,
mesmo que para alguns a altura não seja muito grande é inegável que a
construção civil é sim um dos grandes recordistas de acidentes de trabalho, o
fornecimento de material de segurança é obrigação da empresa ou do contratante.
O que diz a lei:
De acordo com o artigo 19 da lei 8.213,
publicada em 24 de julho de 1991, a definição de acidente de trabalho é:
"acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente". Essa
lesão pode provocar a morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho. A
lesão pode ser caracterizada apenas pela redução da função de determinado órgão
ou segmento do organismo, como os membros.
Além disso, considera-se como acidente de
trabalho:
-
Acidente que ocorre durante o trajeto entre a residência do trabalhador e o local de trabalho; -
Doença profissional que é produzida ou desencadeada pelo exercício de determinado trabalho; -
Doença do trabalho, a qual é adquirida ou desencadeada pelas condições em que a função é exercida.
Importante ressaltar, que os acidentes
sofridos pelos trabalhadores, no horário e local de trabalho, devidos a
agressões, sabotagens ou atos de terrorismo praticados por terceiros ou colegas
de trabalho, também são considerados acidentes de trabalho. Também aqueles
acidentes sofridos fora do local e horário de trabalho, desde que o trabalhador
esteja executando ordens ou serviços sob a autoridade da empresa. Outra situação
seria o acidente que ocorre durante viagens a serviço, mesmo que seja com fins
de estudo, desde que financiada pela empresa.
Os acidentes de trabalho são caracterizados
em dois tipos:
- Acidente Típico: é aquele decorrente da característica da atividade profissional que o indivíduo exerce.
- Acidente de Trajeto: aquele que ocorre no trajeto entre a residência do trabalhador e o local de trabalho, e vice-versa.
- Doença Profissional ou do Trabalho: doença que é produzida ou desencadeada pelo exercício de determinada função, característica de um emprego específico.
De acordo com dados do governo, os acidentes
típicos são responsáveis por cerca de 84% dos acidentes de trabalho, sendo que
os de trajeto e as doenças profissionais ou do trabalho perfazem os demais 16%.
Ao analisarmos o número de acidentes de trabalho registrados ao longo dos anos,
especialmente no período entre 1997 e 2002, observamos uma tendência à queda,
porém o número de acidentes ainda é considerado elevado. Quanto ao ramo de
atividade, os setores de transformação e de serviços são os que mais registram
casos de acidentes de trabalho.
Caracterização
Para que o acidente seja considerado como
"acidente de trabalho", é essencial que um perito estabeleça uma relação entre o
acidente e a lesão provocada. Nessa situação, o médico perito decidirá se o
indivíduo pode voltar ao exercício de sua função ou se necessitará de
afastamento permanente ou temporário do emprego.
A empresa contratante tem o dever de fazer
uma comunicação do acidente de trabalho até o primeiro dia útil após o
acontecimento, independentemente se o trabalhador foi ou não afastado do
trabalho. Em caso de morte, essa comunicação deve ser imediata. O não
cumprimento dessas determinações pode levar à punição da empresa mediante o
pagamento de multa.
A comunicação que a empresa deve realizar é
feita mediante a emissão de um documento especial, chamado de ‘"Comunicação de
Acidentes de Trabalho", mais conhecido pela sigla CAT. Esse documento é
encaminhado aos órgãos competentes.
Auxílio-Acidente
O auxílio-acidente é um benefício concedido
pelo Ministério da Previdência Social, ao trabalhador que sofreu um acidente de
trabalho e ficou com seqüelas que reduzem a sua capacidade para o trabalho. Os
trabalhadores que têm direito a esse benefício são: (1) o trabalhador empregado;
(2) o trabalhador avulso; e (3) o segurado especial. Não têm direito a esse
benefício o empregado doméstico, o contribuinte individual (autônomo) e o
contribuinte facultativo.
Esse benefício é concedido aos trabalhadores
que estavam recebendo o auxílio-doença, o qual é pago aos trabalhadores que
estão impossibilitados de exercer sua função trabalhista por período superior a
15 dias. Os primeiros 15 dias de afastamento são remunerados pela empresa, e a
partir daí é pago pelo Ministério da Previdência. Quando o trabalhador tem
condições de exercer suas funções, mesmo doente, o benefício não é concedido. A
concessão desse benefício não exige que o trabalhador tenha um período mínimo de
contribuição, e o mesmo deixa de ser pago quando o trabalhador recupera a
capacidade e retorna ao trabalho, ou então quando o paciente solicita
aposentadoria por invalidez, fazendo-se a troca de benefícios.
O auxílio-acidente é concedido ao trabalhador
(pertencente aos grupos já citados) que apresenta instalação definitiva de
lesões, decorrentes de acidente de trabalho, que o impedem de voltar a
trabalhar. Esse benefício é de caráter indenizatório, podendo ser acumulado com
outros benefícios que não a aposentadoria. Quando o trabalhador se aposenta, o
benefício deixa de ser pago. O pagamento do auxílio-acidente é iniciado logo que
o auxílio doença deixa de ser fornecido, e seu valor é equivalente a 50% do
salário utilizado no cálculo do auxílio-doença, corrigido até o mês anterior ao
do início do pagamento do auxílio-acidente.
Prevenção
Na maioria das vezes, os acidentes de
trabalho são evitáveis com a prática de medidas simples, como o uso de
equipamentos de proteção individual, os quais devem ser fornecidos pelas
empresas. Infelizmente, observamos que grande parte dos trabalhadores não faz
uso desses equipamentos, especialmente no ramo da construção civil, no qual são
registrados grande número de acidentes.
Fonte: Bibliomed -
Equipe Editorial Bibliomed - boasaude.uol.com.br
Veja vídeo com as atividades na Osório:
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