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Novo Modelo Agrícola

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Como após o período eleitoral vamos ter nova investidura no País, já se começa a debater questões de relevância que possam ser contempladas pela política pública do governo que vai se iniciar no ano que vem. Dentre as mais importantes, sem dúvidas, deve se incluir a do modelo agrícola brasileiro, abrangente de garantia de renda, seguro rural, crédito e solução do passivo da agricultura, dentre outras questões. Entretanto, antes de qualquer formulação é muito importante compreender em que cenário político o Brasil vai estar inserido nos próximos anos. Tudo indica, que as forças atualmente dominantes vão manter sua hegemonia por um longo período.

Sendo assim, igualmente importa entender qual a visão de governo sobre a agricultura e até aonde pode haver disposição para um novo modelo agrícola que privilegie determinados segmentos da atividade econômica representativa do setor produtivo. Pouco provável, porque a política de sustentação do atual projeto de poder passa por incentivo agressivo a agricultura familiar e utilização da reforma agrária como massa de mobilização de determinados contingentes assentados, capazes de gerar o contraponto político para o ativismo da denominada agricultura empresarial. Posta esta realidade, é pouco crível que sem uma articulação relevante ocorra motivação dos governantes para estabelecer um modelo que demande vultosos recursos do Estado para um beneficiamento parcial e até privilegiado, bem como interfira indiretamente no preço dos alimentos baratos que também garantem altos índices de aprovação popular ao governo, aliados a outras medidas de certo reconhecimento pelo povo.

Nesse sentido, a articulação relevante possível passa pela elaboração de um projeto nacional que valorize o País como o celeiro do Mundo. O grande produtor de alimentos. Realmente, somente o significado estratégico desta realidade, que credencia cada vez mais o País no cenário internacional, será capaz de despertar o governo para um novo enfoque, ampliando o modelo de forma quase incondicional e garantindo uma política pública efetiva, estimuladora da produção, que seja capaz até mesmo de manter uma solução criteriosa para o pesado endividamento de setores da agricultura. Mas para que isto aconteça, será fundamental que a sociedade como um todo reconheça a importância de produzir alimentos. Ela sociedade, fará parte do ativismo e exigirá do governo uma política adequada para estimular a produção. Nesta linha de raciocínio é importante, desde o primeiro momento identificar esta articulação como nacionalista, defensora dos interesses da Nação.

Me explico, defender a agricultura como uma questão de Estado. Indispensável para o Estado. E, defender a agricultura como patrimônio nacional, contra a sede dos estrangeiros que querem se apropriar de ativos que não podemos abrir mão. Alimentos, energia alternativa, recursos naturais e sustentabilidade. Mas, a dimensão não para por ai. Deve também alcançar a indispensável responsabilidade social dos empreendedores de alimentos. Não existe setor que possa contribuir mais para a inclusão com a diminuição das diferenças do que o de produção de alimentos. Portanto o projeto deve ser de grande alcance para sensibilizar a sociedade. Deve ter caráter nacionalista e ser transformador pela superação da pobreza e inclusão social. Só assim, a política pública poderá ser incondicional e geral, valendo para grandes e pequenos. Só assim será possível aspirar um novo modelo agrícola para o Brasil.



Afonso Motta
Advogado e Produtor Rural
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