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Água vai determinar localização de empresas, afirma professor

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A água deverá ser, no futuro, um fator determinante sobre o local onde as empresas irão se instalar, avalia o professor da Universidade do Novo México (Estados Unidos) Raul Govêa.

- A realocação dessas atividades para as regiões intensivas de água, para mim, faz muito sentido.

Segundo o professor, atualmente a maior parte do parque industrial está localizada no Sudeste, mas a região sofre um “forte estresse hídrico”. Enquanto a área concentra 43% da população brasileira, ela possui apenas 6% da água doce disponível no país.

Como comparativo, a região Norte conta com 68% dos recursos hídricos nacionais, mas apenas 5% da população. Por isso, Raul acredita que haverá no futuro uma necessidade de deslocamento das atividades industriais no país.

Para ele, um movimento semelhante também deverá ocorrer em nível internacional, com as empresas mudando os polos de produção para nações com maior disponibilidade hídrica.

- Em algum momento, os países que têm água vão crescer a taxas maiores dos que os que não têm.

Em 2050, três quartos da população mundial sentirão os efeitos da falta de água, de acordo com o professor. Nesse contexto, Govêa lembrou que a posição do Brasil é privilegiada, com 12% da água doce de superfície e 30% das subterrâneas.

Sustentabilidade

A exploração desses recursos tem de ocorrer, no entanto, seguindo normas que garantam a sustentabilidade dos empreendimentos, ressalta o professor.

- Esse é o modelo de aceitação de investimento que a gente vai ter. E a penalidade vai ser muito alta se você em algum momento poluir esses rios.

Para Govêa, o desenvolvimento industrial com boas práticas pode ser benéfico para a conservação dos rios e matas da Amazônia.
- A região Norte precisa criar empregos de alto nível de renda para que essas pessoas não se sintam levadas a começar a se engajar em atividades que não sejam tão sustentáveis assim.

Ele lembra que existem poucas opções de renda para os moradores daquela região.

- A gente quer que as pessoas de lá tenham empregos mais dignos e um nível de renda mais alto, em uma região que é hoje a fronteira econômica do Brasil.
 
Foto: Ricardo Moura / Em Questão
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