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A presença feminina nos cargos eletivos

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Ex-vereadora  e atual vice-prefeita de Canguçu Mariza Eslabão

A recente inauguração da galeria de ex-vereadoras na Câmara Municipal de Vereadores de Canguçu revelou que Canguçu não fica longe da realidade do Brasil e do mundo, a Política não desperta na mulher um interesse a concorrer a cargos eletivos, a alegação é simples, prefere meter a mão na massa pois acredita que os resultados são mais reais, você concorda com isso? Veja mais detalhes colhidos no blog Blogueiras Feministas.

O Brasil continua em uma das últimas colocações em relação à presença feminina nos cargos eletivos. Há apenas 45 mulheres na Câmara dos Deputados, menos de 9% do total. Em 2010, as senadoras foram eleitas para 8 das 54 cadeiras em disputa, o que corresponde a 14%. A eleição do ano passado foi a primeira em que vigorou a lei de cotas, que garantiria um mínimo de 30% das candidaturas para mulheres. A lei foi descumprida pelos partidos e, dentro da Justiça Eleitoral, havia interpretações de que a lei seria mais simbólica do que prática e que os partidos não poderiam ser punidos por não haver mulheres interessadas em número suficiente.

Mesmo assim, houve um grande avanço no número de candidatas. Para a Câmara dos Deputados, o percentual de candidatas passou de 13% para 21%. Mas esse aumento se traduziu apenas muito modestamente nos resultados das eleições, mostrando que há outras barreiras além do acesso às candidaturas, como o acesso a recursos para a campanha e a cultura política, que dificulta a renovação dos quadros (foram reeleitos 55% dos deputados federais em 2010).

Algumas desses obstáculos podem ser enfrentados com a reforma política. A Câmara instalou uma comissão especial para discutir o assunto. Dois pontos, em especial, podem favorecer a representação feminina (e de outros grupos sub-representados): o financiamento público para campanhas e o voto em lista fechada pré-ordenada.

A lista fechada divide opiniões, pois aumenta o poder da estrutura interna dos partidos (um dos objetivos é justamente fortalecer os partidos e despersonalizar a política). Para garantir que a escolha seja democrática, é necessário atrelar a essa proposta mecanismos de participação e transparência dentro das organizações partidárias. Da mesma forma, a formação de coligações entre partidos para os cargos proporcionais, que existe atualmente, não deve mais ser permitida. A vantagem, do ponto de vista feminista, é a possibilidade de garantir a presença de mulheres ao longo das primeiras colocações da lista. É como funciona na Argentina, que já atingiu 38,5% de mulheres na Câmara dos Deputados, acima do estabelecido na cotas, mostrando que a mudança institucional fez-se acompanhar por uma mudança política

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