Isabela Vieira
Repórter da Agência
Repórter da Agência
Rio de Janeiro - Menos pessoas estão deixando a Região Nordeste com
destino ao Sudeste. O fluxo migratório vem caindo no país nos últimos
anos, principalmente entre essas regiões. A constatação é de pesquisa
divulgada hoje (15), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O estudo também mostra mais migrantes retornando às
regiões de origem.
O maior fluxo de "volta para casa" ocorreu entre 1999 e 2004, quando
quase a metade dos imigrantes da Paraíba (49,9%), do Ceará (49%)e de
Pernambuco (45,9%), era originária desses estados. Nos cinco anos
seguintes, a migração de retorno foi mais expressiva no Rio Grande do
Sul (23,98%), em Pernambuco (23,61%), no Paraná (23,44%) e em Minas
Gerais (21,62%).
Feita com base nos últimos censos demográficos e nas pesquisas por
Amostra de Domicílios, o documento Deslocamentos Populacionais revela
que, entre 2004 e 2009, 2 milhões de pessoas migraram no país, número inferior aos 3,3 milhões que se deslocaram entre 1995 e 2000.
A redução reflete diminuição importante do fluxo entre Nordeste e
Sudeste. Segundo o IBGE, entre 1995 e 2000, a região recebeu cerca de
960 mil nordestinos. Cinco anos depois, foram cerca de 440 mil. De
acordo com Leila Ervatti, uma das autoras da pesquisa, a diminuição
desse fluxo migratório pode ser notada desde a década de 90, mas se
intensificou nos últimos dez anos por questões econômicas.
"Na época das grandes migrações, tínhamos a explicação da
industrialização do Sudeste, que era a área que estava se desenvolvendo
economicamente", disse. "Hoje, esse desenvolvimento está mais espalhado
pelo Brasil, fazendo com que a população, talvez, fique mais retida",
completou.
O levantamento do IBGE não aponta exatamente a origem da maioria dos
nordestinos que migraram para o Sudeste, de 1990 a 2000. Porém, constata
que a Bahia, o Maranhão e Pernambuco registraram mais emigrações. Já no
Sudeste, o Rio de Janeiro e São Paulo, mesmo com mudanças no fluxo
migratório, foram os estados que mais absorveram migrantes.
O estudo também chama a atenção para áreas que não tinham muito fluxo
de migrantes no início do ano 2000 e passaram a áreas de rotatividade
migratória dez anos depois, como o Distrito Federal. Em 2009, a unidade
teve o movimento de entrada e de saída de moradores semelhante.
Anteriormente, em 2004, a localidade tinha sido considerada área de
baixa evasão populacional.
Edição: Talita Cavalcante e Juliana Andrade

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