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A vida do celular

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EFE
Por Pablo I. Bronte
Da Efe
A associação internacional de operadores de telefonia GSMA calcula que a vida útil de um celular pode ser estendida se o consumidor for consciente, já que 70% dos telefones que são entregues nos pontos de reciclagem podem ser reutilizados.
Está previsto que em 2012 cerca de 100 milhões de aparelhos usados sejam enviados a mercados subdesenvolvidos da América Latina, Europa Oriental , China, Índia e África, os principais destinos dos celulares reciclados, segundo a organização.
Mas a vida de um telefone sempre tem um fim. Quando não passa por nenhuma revisão, o celular se transforma em um resíduo que deve ser tratado e reciclado de maneira especial, já que seus componentes podem ter um impacto muito negativo no meio ambiente.
Um estudo realizado com 6,5 mil pessoas de 13 países revelou que, após adquirir um celular novo, 44% ficou com o antigo, 25% deu para pessoas próximas e 16% vendeu. Só 3% destes consumidores entregou seu aparelho a postos de reciclagem.
O primeiro passo deste processo consiste em separar as baterias dos dispositivos, que contêm elementos químicos altamente poluentes em grandes concentrações como o níquel, o lítio e o cádmio.
O concerto pode assim dar uma segunda vida ao celular, já que parte dos materiais de um aparelho antigo pode ser usado em novos dispositivos eletrônicos.
Nas fábricas de reciclagem, o plástico e os metais são separados. No primeiro caso, os plásticos que não podem ser reutilizados são encaminhados a locais específicos, onde são incinerados e produzem energia através de sua combustão.
No segundo caso, os metais são fundidos e são reenviados a outras indústrias que podem manufaturar produtos com essas peças, que conseguem de maneira ou de outra, também uma segunda vida. O metal em maior quantidade em um telefone celular, segundo GSMA, é o cobre, presente nos circuitos eletrônicos e que pode ser reutilizado para diversos usos industriais.
No entanto, há outros elementos químicos peculiares em um celular: calcula-se que 16 % dos metais dos telefones são de "alto valor", como o alumínio, o paládio, a prata e o ouro.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos estima que cada telefone celular contém uma quantidade de ouro no valor de US$ 0,40. Além disso, uma tonelada de circuitos tem a mesma quantidade de ouro que se pode extrair de 110 toneladas do mineral (onde se encontra o ouro).
No entanto, alguns materiais que se encontram nos celulares têm outro tipo de custo. É o caso da columbita - abreviação de columbita-tantalita, que é utilizada nos dispositivos eletrônicos e possui uma grande capacidade para armazenar carga elétrica e libertá-la em um momento determinado.
A Iniciativa Global de e-Sustentabilidade (GeSI, na sigla em inglês) foi criada em 2001 pelas empresas do setor das tecnologias da informação e comunicação como complemento privado dos princípios de desenvolvimento sustentável e também para vigiar o comércio de algumas mercadorias.
GeSI tem em andamento um programa de acompanhamento das cargas de columbita, o "ouro azul" como é conhecida, já que a maioria das explorações deste material está em regiões de conflitos armados. Calcula-se que 80% das reservas mundiais estejam na República Democrática do Congo (RDC).
O presidente da RDC, Joseph Kabila, ordenou no ano passado o fechamento das explorações minerais de columbita do leste do país porque parte do lucro da atividade extrativa terminavam nas mãos de militares e guerrilheiros da região.
Em alguns relatórios da Organização das Nações Unidas se menciona que tropas ugandenses e ruandesas poderiam estar por trás de saques de riquezas na RDC com a columbita como alvo.
O sindicato de operadores de telecomunicações, os fabricantes e algumas ONGs como Anistia Internacional (AI) desenvolvem diversos planos de reutilização e reciclagem de celulares para evitar que se produzam conflitos armados derivados da extração da columbita. Afinal, os aparelhos usados também podem dar uma segunda vida a muitas pessoas.
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