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Hospital busca apoio do governo estadual

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Foto: Ricardo Moura

Hospital busca apoio do governo estadual para reabrir UTI neonatal em Canguçu

Após mais de 30 dias de aparelhos desligados, unidade poderá reiniciar atividades

Depois de mais de 30 dias de aparelhos desligados, a UTI Neonatal de Canguçu poderá ser recuperada. A direção do Hospital de Caridade estuda a possibilidade de uma gestão compartilhada com o governo do Estado, pelo menos na etapa de reestruturação da equipe médica. 

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Ciro Simoni, foi feita uma proposta de avaliação de contas. A ideia é, em caso de déficit durante o processo de contratação de profissionais, obter estímulos financeiros.

A UTI Neonatal de Canguçu tem 10 vagas, todas credenciadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

— Os hospitais não podem ter prejuízos, por isso nos colocamos à disposição para abrir as contas e fazer uma avaliação. Queremos que volte a funcionar — declara Simoni.

No final de fevereiro, quando a unidade foi interditada pela Secretaria de Saúde, a UTI começou a funcionar com dois médicos e, depois de algum tempo, contava com quatro. 
O número exigido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é de oito médicos para atender 10 leitos. A direção da entidade alegou uma baixa oferta de pediatras no mercado.

O hospital, que pagava R$ 1,5 mil por 24 horas de plantão médico, pretende oferecer R$ 2,5 mil quando a UTI reabrir. Em caso de contratação com carteira de trabalho, a quantia paga pela mão de obra, de acordo com o chefe da UTI Neonatal, Benhur Batista, aumentaria cerca de R$ 80 mil na folha de pagamento. O valor atrairia especialistas, mas traria um déficit, já que o SUS paga R$ 485 por paciente.

Morte de bebês sob investigação

Nos três meses em que a UTI Neonatal de Canguçu funcionou, morreram 12 dos 45 recém-nascidos que receberam atendimento no local, número seis vezes maior do que a média em outras unidades do gênero no Estado. 

De acordo com as primeiras conclusões da apuração feita pelo governo do Estado, não houve epidemia na UTI, os bebês morreram de causas diferentes. A suspeita das autoridades é de que as mortes tenham ocorrido em razão da falta de especialistas habilitados.

O Conselho Regional de Medicina (Cremers) abriu sindicância para investigar se houve erro ou negligência médica. Conforme o presidente da entidade, Rogério Wolf de Aguiar, o processo está em fase de análise dos depoimentos médicos e dos prontuários das mortes dos bebês. Ainda não há uma resposta para o caso, nem previsão de conclusão da sindicância.

Em Canguçu, é o Ministério Público que investiga os motivos do fechamento da UTI Neonatal. Um inquérito foi instaurado pela promotora Camile Balzano de Mattos. 

Estão sendo apuradas as condições médico-sanitárias, higiene, espaço físico, material e equipamentos utilizados, tecnologia para diagnóstico e tratamento, além da performance da equipe de assistência médica e enfermagem e sua qualificação.
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