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Baum - MTB 14336 e Renato Annes - MTB 4146 | Agência de Notícias -
18:02-25/05/2012 - Edição: Letícia Rodrigues - MTB 9373 - Foto: Marcelo
Bertani
A Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia
realizou audiência pública, na tarde dessa sexta-feira (25), para
debater estruturação da pedagogia Griô no Rio Grande do Sul, conforme o
projeto de lei 1786/2011, de iniciativa popular, que tramita no
Congresso Nacional para implantação da tradição oral. Coordenado pelo
deputado Catarina Paladini (PSB), o encontro foi realizado no Espaço da
Convergência Deputado Adão Pretto. No inicio do debate, mestres Griô
realizaram uma apresentação com instrumentos e canto.
Uma proposta para estruturação da pedagogia Griô no RS foi entregue
a Catarina, que deve protocolar projeto de lei na Casa. A pedido dos
representantes Griôs e pela importância do assunto, o parlamentar
também irá sugerir à Assembleia convite para a vinda da ministra da
Cultura, Ana de Hollanda.
Manifestações
O secretário adjunto da Secretaria da Cultura do Estado, Jéferson
Assumção, ressaltou a importância da criação de instrumentos de
políticas culturais para o Estado e para o Brasil, como os Pontos de
Cultura, Ação Griô, políticas de desenvolvimento, manifestações
populares e de identidades. Jéferson salientou que o debate demorou a
chegar no RS com a força que se desenvolveu em outros estados. Por fim,
afirmou que a Secretária estará junto dos movimentos sociais e da
Assembleia sobre a discussão da Lei Griô.
Após a fala do secretário, foi apresentado um vídeo explicando como
foi elaborada a Lei Griô, desde sua criação até a entrega no Congresso
Nacional.
O coordenador Nacional da Ação Griô e mestre Griô, Márcio Caires,
contextualizou a história de um menino humilde que estudou para se
tornar juiz e que, após adquirir esse conhecimento de vida, passou a
transmitir o que ouviu de seus pais e avós, contando o que chamou de
“grande linha do tempo”. Para ele, isso é o Griô, transmitir
experiências através da forma falada. Márcio relatou que os primeiros
passos para a criação da lei iniciaram em 2005, tendo a participação de
mais de 600 organizações até a entrega do projeto em Brasília.
Andila Kaingang, coordenadora do Ponto de Cultura e representante
do Povo Kaingang, destacou a importância dessa lei para os povos
indígenas, que, segundo ela, estão perdendo sua cultura, principalmente
no que diz respeito à língua. A indígena disse ser fundamental o ensino
diferenciado nas escolas Kaingangs para a preservação de sua cultura.
Para Andila, “um povo sem história, é um povo sem futuro”.
Representando os Griôs do RS e Brasil, Mestre Paraquedas destacou a
importância que representa o Griô no desenvolvimento das pessoas e
parabenizou o debate que ocorreu na Assembleia, que, conforme salientou
Paraquedas, contou com a presença de representantes de diversos estados
do Brasil.
Mestra Doci, representante da Secretaria de Cultura da Paraíba,
afirmou ser gratificante estar participando do debate no RS e agradeceu
aos gaúchos. Segundo Doci, a Ação Griô é o calor das pessoas, caminhar,
bater em porta e ir para todos os cantos em busca de pessoas que
entendam o valor e o sentido dessa tradição.
Sirlei Amaro, representante da Ação Griô de Pelotas, contextualizou
a lei no Estado. Ela relatou que a Ação Griô lhe proporcionou a contar
para as crianças histórias que viveu e ouviu no passado.
O educador pedagógico Wander de Paula, ao ressaltar a importância
da pedagogia Griô, destacou a necessidade de se manter a história viva
dentro de ambientes formais de educação.
Mestre Alcides, do Conselho Nacional dos Griôs e Mestres da Tradição Oral, traçou um diferencial entre a Lei dos Mestres e a Lei Griô, salientando, também, a importância desta última por estar diretamente ligada à educação formal.
Representando o Ministério da Cultura – Regional Sul, Carla Ribeiro manifestou sua solidariedade ao movimento pela lei no Rio Grande do Sul, destacando a necessidade de apoio de toda a classe política.
O presidente da Nação Hip-Hop Brasil, Mano Oxi, destacou que a aprovação da Lei Griô é o começo para se reverter o grande índice de extermínio de jovens no país, especialmente de pardos e negros, proporcionando o resgate de seus valores, através da conscientização ancestral.
Também manifestaram apoio à aprovação da Lei Griô no RS Maria Odete
Santos, do Grupo UniRaças, de Esteio; Maria Eunice, presidente da
Sociedade Floresta Aurora, de Porto Alegre; a pedagoga Pérola Sampaio,
representando o senador Paulo Paim (PT/RS); o professor Pernambuco, do
Movimento Quilombista Contemporâneo; e Antônio Matos, representando o
Conselho Municipal de Cultura.
Durante a solenidade, ainda foi lida uma carta da representante do Departamento de Educação e Desenvolvimento Social da UFRGS, Rita de Cássia Camisolão, lamentando por não poder estar presente ao encontro e manifestando total apoio à implementação da lei.
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