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Projeto preve a proibição de perseguição de animais durante rodeios

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Um projeto de lei em Brasília promete causar   rebuliço entre os tradicionalistas. Pela proposta do deputado federal Ricado Tripoli (PSDB-SP), fica proibida a perseguição de animais durante rodeios em todo o país, o que atingiria a prova do tiro de laço, a mais disputada entre as competições campeiras do estado, e até mesmo as gineteadas e o tradicional Freio de Ouro.
 
O texto do projeto cita provas realizadas durante a Festa do Peão de Boiadeiro, em Barretos (SP) e refere a morte de um animal que teve a coluna vertebral quebrada durante uma prova.
 
-Eu acho que onde tem os maus tratos de animais, nós devemos abolir esse processo e retirá-los. Era uma cultura brasileira a escravidão e não é mais hoje,  argumenta o deputado.
 
A proposta, que antes de ir a plenário, precisa ser aprovada nas comissões de Turismo, Meio Ambiente e de Constituição e Justiça, deixou os praticantes do esporte em alerta. Nas redes sociais, já circulam campanhas contra o projeto. Em jogo, está uma indústria que no Rio Grande do Sul movimenta 1,2 milhão de pessoas, segundo o MTG. São cerca de 38 mil laçadores e 40 rodeios por mês durante a temporada que vai de outubro a maio.
 
Por isso, o presidente da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha (CBTG), Manoelito Savaris, está pedindo aos dirigentes de entidades filiadas para que pressionem os deputados em cada estado a votarem contra a proposta.
 
-Os rodeios trabalham com animais, mas não os submetem ao sofrimento. Se eventualmente isso acontecer, a gente fiscaliza e pune, garante Savaris.
 
Na bancada gaúcha do Congresso, o projeto repercutiu negativamente.
 
-O animal gosta de pular, o cavalo gosta de saltar, correr, ou seja, nós vamos negar isso? Eu não vejo como o Congresso Nacional vá poder aceitar isso, afirma o deputado federal Onix Lorenzoni (DEM), que se diz contrário a proposta.
 
O deputado Vilson Covatti (PP) também promete votar contra, caso o projeto passe pelas comissões e vá a plenário.
 
-Não é nos rodeios que está se judiando, maltratando animais, nós estamos, acima de tudo, garantindo uma atividade cultural que nasceu na essência, na cultura, defende Covatti.
 
A proposta  tem a simpatia de algumas organizações ambientalistas, como a ONG Chicote Nunca Mais, de Porto Alegre. A advogada da entidade, Marcia Soares, define o rodeio crioulo como um “circo de horrores”.
 
-O projeto é decorrência não apenas do reclamo das entidades de proteção animal, mas de toda a sociedade, comemora Márcia.
 
Para o Ministério Público, é possível conciliar tradição com bem estar animal. Nos Campos de Cima da Serra, acordo entre a promotoria e a 8a Região Tradicionalista criou regras que proíbem, por exemplo, esporas pontiagudas. E o cumprimento dessas normas é fiscalizado por uma ONG de proteção animal. Este ano, a Procuradoria Geral de Justiça e o MTG assinaram um acordo para fiscalizar uma lei de 2002, que regula os rodeios no estado.
 
-Nesse caso me parece que esse projeto vai além do necessário e invade exatamente esse aspecto que é a cultura dos estados, afirma o promotor César Facioli, assessor da procuradoria.
 
Clique aqui e  baixe a música “Deputado em Devaneio”, que João Luiz Corrêa gravou em protesto contra o projeto. A melodia é dele, com letra de Arabi Rodrigues.

Link de Origem: http://g1.globo.com/
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