Por: Alan Otto Redu e Carla Rosane Mota
Ainda refletindo sobre a 5º feira de sementes crioulas e tecnologias populares, ocorrida nos dias 01 e 02 de outubro de 2011, no município de Canguçu, o maior minifúndio do América Latina e Capital Nacional da Agricultura Familiar, diga-se de passagem. Feira esta Realizada e Idealizada pelos integrantes e colaboradores da Unaic (União das Associações Comunitárias do Interior de Canguçu) e com o apoio fundamental da Prefeitura Municipal de Canguçu, com seus braços. Poderíamos ressaltar e discorrer sobre vários aspectos interessantes e importantes da feira, mas preferimos destacar um, que nos chama muito a atenção e que a cada edição mais é evidenciado: a feira como um alicerce de sustentação e preservação do homem.
Desse modo há o envolvimento de um número expressivo de pessoas, as quais sobrevivem a partir de um trabalho coletivo e solidário, como alternativa de vida frente a exclusão posta pela competitividade selvagem da sociedade atual. Fazendo com que um simples espaço de demonstração se transforme em uma possibilidade de comercialização, troca de sementes e de outros produtos de valor agregado. Feira que reúne em poucos metros quadrados uma diversidade enorme de culturas e saberes, onde cada expositor ou transeunte que passa, deixa as suas características próprias, suas vivências e experiências numa simbiose cultural, onde se congrega um ideal comum de TRANSFORMAR E RESISTIR...
TRANSFORMAR desde os mais simples materiais em arte, arte esta produzida através da pintura, do corte e costura, tricô e outros tipos de artesanatos manuais até a transformação de ideias e tipos de produção em realidade possível e materializada.
RESISTIR ao modelo econômico que cada vez mais sufoca os pequenos produtores, os quais ficam nas mãos das grandes corporações, que manipulam e ditam as regras no agronegócio, agredindo a natureza cada vez mais em busca do lucro... Um evento como esta feira além de resgatar e dar visibilidade a tantas culturas é ainda, uma forma de dizer não à exploração incontrolável dos recursos naturais. Salientamos a preservação das mais diversas sementes, para que as gerações que hão de vir possam conhecê-las, culturas como a do feijão mouro, ou da pipoca branca, as quais nossos bisavôs cultivavam e que muitos nós nem sequer conhecíamos...
Parabenizamos todos, que de uma forma ou outra, contribuíram para a realização da feira e para que houvesse uma interação entre produtores e público, ocasionando uma grande troca de saberes e experiências. Com toda certeza, saímos bem mais ricos humana e culturalmente do que quando chegamos ao evento, naquela manha fria e de cerração, do dia primeiro de outubro.
- Acadêmico do Curso de Lic. Filosofia – Ufpel
- Acadêmica do Curso de Lic. Ciências Sociais - Ufpel
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Ricardo Moura / Em Questão
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