Artigo de Divaldo Franco publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 10-09-2015.
Em suas reflexões, Karl Gustav Jung postulou pela necessidade de cada criatura saudável caracterizar-se pela manutenção de um sentido psicológico para a plenitude da existência. A sua proposta, como um profundo desafio, permanece hoje, ampliada por outros notáveis estudiosos do comportamento e da psique, da grandeza de Vicktor Frankl. A meta de um ideal a alcançar-se nas áreas nobres dos sentimentos é sem dúvida um grande estímulo para o trabalho, o desenvolvimento intelecto-moral e o crescimento espiritual do ser.
Quando não se possui um objetivo de elevada significação, vive-se quase que para os sentidos físicos, distante dos valores éticos e morais que são normas de segurança para o equilíbrio do Espírito. A mente voltada para o imediatismo, os interesses postos no individualismo, no sexismo e no consumismo produzem contínuos choques emocionais, porque nem sempre se consegue os prazeres deles advindos, ao mesmo tempo enfrentando-se a desenfreada competição, as variações da moda e os medos da perda das ilusões, do passar dos formosos dias da juventude, odiando-se a morte no seu fatalismo.
Não poucos indivíduos, mas centenas de milhões deles vivem exclusivamente para as aspirações materiais, a fama, a fortuna, a beleza, a futilidade exterior, enquanto no íntimo experimentam amarguras maldisfarçadas, expectativas não realizadas, pavores alucinantes... E, por falta de estrutura moral para solucioná-los, fogem para os soníferos, a fim de conseguirem o repouso nas madrugadas após as festas intermináveis, as drogas ilícitas para manter a aparência de triunfo, sucumbindo, com o tempo, sob os tormentos que não se encorajam enfrentar.
Jung sabia que um ideal de elevação, especialmente com objetivos de servir a sociedade, seria excelente psicoterapia preventiva e curadora para muitos tormentos que desequilibram a criatura humana. Felizes aqueles que elegem o sentido espiritual com os olhos no porvir imortalista.
DIVALDO P. FRANCO
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