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Curso capacita profissionais para a auditar a Produção Integrada do Tabaco

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Grupo de auditores farão parte de banco de dados do MAPA.
Esta é a primeira turma de auditores e responsáveis técnicos habilitados pelo MAPA em produção integrada na Região Sul do Brasil. Expectativa do setor é exportar produto certificado a partir de 2017.

Fevereiro 2015 - Lançadas oficialmente em 2014, as Normas Técnicas Específicas para a Produção Integrada (PI) do Tabaco são tema do 1º Curso de Capacitação de Auditores, promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com o apoio do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O curso acontece em Santa Cruz do Sul, sob a coordenação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a gestão do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), tendo como entidades parceiras a Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil), as Federações de Agricultura e de Trabalhadores na Agricultura dos três estados do Sul (Farsul/Fetag, Faesc/Fetaesc e Faep/Fetaep) e Embrapa.

O Sistema de Produção Integrada é um procedimento normatizado de produzir de forma segura, com menor impacto ambiental, maior responsabilidade social e rastreabilidade garantida. Atualmente, 18 produtos brasileiros possuem normas de PI publicadas - abacaxi, banana, caqui, caju, coco, limão, laranja, tangerina, figo, goiaba, maçã, mamão, manga, maracujá, melão, morango, pêssego e uva -  que podem ser certificadas se o produtor seguir corretamente todas as etapas da Norma Técnica Especifica (NTE) da respectiva cadeia produtiva, conforme estabelece o Sistema de Produção Integrada. 

Este, entretanto, é o primeiro curso de Capacitação de Auditores e Responsáveis Técnicos de uma cadeia produtiva na Região Sul do Brasil, visando à certificação. Segundo Ricardo Furtado, da Superintendência do MAPA/POA, o tabaco é o segundo produto a realizar um treinamento deste porte no País; o primeiro aconteceu em dezembro de 2014, na cadeia produtiva do morango, em São Paulo. "O MAPA reconhece a importância deste produto que é o segundo na pauta de exportações agrícolas gaúcha. A PI Brasil é o sistema ideal para o produtor porque oferece opções tecnológicas mais realistas", disse Furtado.

Para Iro Schünke, presidente do SindiTabaco, a certificação será um diferencial do produto. "O tabaco tem sido pioneiro em muitas ações neste país e este é mais um marco. Estamos iniciando um processo que poderá servir de base para outras cadeias produtivas. É o pontapé inicial prático da PI Tabaco, que começou a se desenhar em 2008 e que deverá fortalecer a produção brasileira no competitivo mercado internacional", afirmou Schünke. 

Os auditores habilitados em PI Tabaco farão parte de um banco de dados do MAPA e deverão passar por uma reciclagem a cada cinco anos. O curso que acontece até 27 de fevereiro, voltado para engenheiros agrônomos e agrícolas para a capacitação de auditores, conta com três módulos:

CONCEITUAL
* Histórico e conteúdo da PI Tabaco, apresentados pelo professor Carlos Tillmann, da Universidade Federal de Pelotas (UFPEl), presidente da Comissão Técnica da PI Tabaco;
* Produção Integrada no Brasil / Mundo / Instrução Normativa 27, apresentada por Ricardo Furtado, da superintendência do MAPA-POA;
* O papel do Inmetro (RAC - Portaria 443), com Jefferson Prestes, analista executivo de Metrologia e Qualidade Industrial do Inmetro.

PROCESSO PRODUTIVO
* PI Tabaco: visão geral, as NTEs e documentos complementares, apresentado pelo assessor técnico do SindiTabaco, Darci da Silva;
* Gestão e sustentabilidade em produção de tabaco, com o vice-presidente de Sustentabilidade do SindiTabaco, Claudimir Rodrigues;
* Manejo Integrado de Pragas (MIP), com o representante da Comissão Técnica de Insumos do SindiTabaco, Rogério da Costa; 
* Segurança e saúde dos trabalhadores, com representante do SENAR, Ricardo Almeida;
* Atuação das auditorias, com Nede Lande da Silva, do Instituto CERTIFICA;
* PI em outras cadeias produtivas, com Maria Laura Mattos, da Embrapa.

PRÁTICO
* Visita a uma unidade de beneficiamento de tabaco.

Na sexta-feira, 27 de fevereiro, serão entregues os Certificados e Carteiras de Habilitação Técnica durante o almoço, no local do curso (Estande Estufa do SindiTabaco, no Parque da Oktoberfest). A programação, entretanto, encerra na parte da tarde, com visita técnica a uma unidade de beneficiamento de tabaco. De 2 a 6 de março a programação envolverá uma nova turma, composta de instrutores e orientadores agrícolas das empresas associadas, que serão formados Responsáveis Técnicos (RTs) em PI Tabaco. 

SAIBA MAIS - O Sistema de Produção Integrada é uma maneira de produzir alimentos seguros para o consumo, com menor impacto ambiental, maior responsabilidade social e rastreabilidade garantida. A Instrução Normativa (IN 27) que regulamenta a PI do Tabaco foi publicada no Diário Oficial da União em agosto de 2014 (11.08.2014). A PI-Brasil foi desenvolvida pela Coordenação de Produção Integrada da Cadeia Agrícola do Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (CPIA/DEPROS/SDC/Mapa). Coube ao Inmetro regulamentar a aplicação das NTEs das cadeias produtivas com projetos aprovados para o Sistema de Produção Integrada Agropecuária. A adesão por parte dos produtores e da indústria é voluntária, caracterizando-se como um diferencial competitivo.

Trata-se da normatização dos procedimentos aplicados ao processo produtivo, através de um sistema de rastreabilidade, de modo a garantir ao mercado consumidor o nível de qualidade e segurança do produto. A partir da certificação torna-se viável comprovar a origem e os métodos empregados na geração dos produtos, por meio de registros formais e auditáveis, sobre princípios de sustentabilidade dos sistemas produtivos e sua relação direta com as demandas social, ambiental e econômica. Conheça os principais benefícios da produção integrada:

• Produtores: oportunidade para redução de custos de produção, produção diferenciada e de maior longevidade mercadológica, continuidade do sistema integrado e melhor organização da cadeia produtiva;

• Indústrias: reconhecimento em sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, oportunidade de agregação de valor aos produtos, manutenção e aperfeiçoamento do sistema integrado e geração de trabalho e renda a produtores e trabalhadores;

• Consumidores: qualidade e segurança dos produtos, resíduos conforme padrões brasileiros e internacionais, garantia de rastreabilidade e sustentabilidade dos processos.

SOBRE A CADEIA PRODUTIVA - O Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco e líder em exportações desde 1993, em função da qualidade e integridade do produto. Segundo dados do SindiTabaco, em 2014, o produto representou 1,11% do total das exportações brasileiras, exportando para cerca de 100 países, com US$ 2,5 bilhões embarcados. O volume total produzido chegou a 754 mil toneladas, sendo que 52% foram produzidos no Rio Grande do Sul, 29% em Santa Catarina e 19% no Paraná, gerando cerca de 30 mil empregos diretos nas empresas do setor instaladas na região Sul do País.

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