Cerca de 1,2 mil gaúchos acompanharam os seminários sobre saúde e segurança do produtor do tabaco e proteção da criança e do adolescente no mês de junho. O último evento do ciclo no Rio Grande do Sul acontece em Alpestre e depois segue para Santa Catarina e Paraná.
Junho 2011 – Depois de reunir 750 pessoas em Agudo e Progresso, mais de 380 participaram do 3º Ciclo de Conscientização sobre saúde e segurança do trabalhador e proteção da criança e do adolescente realizado na tarde desta quarta-feira, 29 de junho, em Canguçu. Promovido pelo SindiTabaco (Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco), empresas associadas e a Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil), o evento aconteceu na sede campeira do CTG Sinuelo com a presença de produtores de tabaco, agentes de saúde, diretores de escola, autoridades, orientadores agrícolas das empresas associadas e a imprensa.
A abertura contou com a participação do presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, e do vice-presidente da Afubra, Heitor Petry, que ressaltaram a importância da conscientização dos produtores e das comunidades envolvidas com a cadeia produtiva nos temas discutidos nos ciclos. “Para nos mantermos competitivos no mercado mundial, precisamos atentar para as questões relacionadas à produção sustentável do tabaco, observando os cuidados para a saúde e segurança do produtor e a proteção da criança e do adolescente”, observou Schünke frisando a posição brasileira no ranking mundial de tabaco. Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor e o maior exportador do produto.
De acordo com a Afubra, Canguçu possui 5.013 produtores de tabaco e produção de 14,3 mil toneladas na última safra. O prefeito do município, Cássio Luiz Freitas Mota, agradeceu a oportunidade de sediar o encontro e reafirmou seu apoio às atividades ligadas à qualidade de vida da comunidade. De acordo com ele, o tabaco foi fundamental para o desenvolvimento do município e continua sendo a principal fonte de renda para a agricultura familiar local.
SAÚDE E SEGURANÇA DO PRODUTOR
Após os pronunciamentos, um vídeo sobre saúde e segurança do produtor, com participação do engenheiro agrônomo e instrutor do Senar (RS), Paulo Rosa, abordou questões relacionadas à correta aplicação e armazenagem de agrotóxicos, o destino das embalagens e o correto uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), além dos cuidados para a colheita.
VOCÊ SABIA?
- Comprar agrotóxicos fracionados é proibido por lei.
- O potencial de intoxicação pela pele é 50 vezes maior que pela via respiratória.
- O EPI deve ser descontaminado com água corrente, sabão neutro e separado das roupas comuns. Não se deve deixar o EPI no molho, sob o risco de contaminar o interior da roupa, e o produtor deve utilizar luvas e avental para lavar o equipamento.
- Luvas de látex não são eficientes para proteção durante a aplicação de agrotóxicos. As ideais são de neoprene ou nitrila por serem mais resistentes.
- A quantidade de agrotóxico utilizada para plantar um hectare de tomate é a mesma que a utilizada para plantar 47 hectares de tabaco (UFPEL, 2007).
- Por lei, todo estabelecimento que vende agrotóxicos deve receber a embalagem. As empresas associadas ao SindiTabaco recolhem as embalagens por meio de um programa itinerante pioneiro que integra 2,3 mil pontos de coleta.
PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
O evento seguiu com a palestra do Procurador do Trabalho (MPT-RS), Ivan Sérgio Camargo dos Santos, sobre o trabalho infantil e os direitos da criança (até 12 anos) e do adolescente (12-18 anos). De acordo com a legislação vigente, menores de 18 anos não podem trabalhar com a cultura do tabaco. “Algumas pequenas tarefas são importantes para o desenvolvimento da criança. Organizar o quarto, limpar o jardim, lavar o carro, ter responsabilidade sobre suas coisas, são atividades que podem ser realizadas por crianças e adolescentes. O que não se pode é substituir a mão de obra adulta por uma criança ou adolescente”, afirmou o procurador.
O lado lúdico dos temas foi apresentado pelo grupo teatral de Santa Cruz do Sul, Espaço Camarim. A peça Rádio Fascinação foi apresentada no final do evento e retratou de forma dinâmica e divertida os temas debatidos, com interação junto ao público presente. No Rio Grande do Sul, os encontros encerram em Alpestre, no dia 06 de julho. Santa Catarina e Paraná recebem o 3º Ciclo de Conscientização no segundo semestre. Confira o calendário.

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